REFLEXÕES ACERCA DO USO, OU MELHOR, DO NÃO USO DO PISCA-PISCA NO TRÂNSITO.

sexta-feira, 5 de março de 2010 Karine Winter


 

Estive pensando bastante sobre a utilização do pisca-pisca pelos motoristas  nos últimos dias. Ou melhor, pelo “não uso”. Tenho me deparado com certa freqüência, com situações que poderiam ser evitadas se os motoristas fossem mais conscientes em relação à necessidade e à serventia deste dispositivo de sinalização. Sabemos que se não exercitarmos a utilização deste recurso do veículo freqüentemente - para sinalizar e mostrar nossa intenção para os demais usuários do sistema – não vamos incorporar este ato. Creio muito no dito popular que diz que: “o hábito faz a excelência”. 

Não é raro observar condutores que deixam para sinalizar que estarão virando para a direita ou para esquerda ou ainda que vão trocar de pista, em cima da hora. Isto pode ocasionar diversos tipos de inconvenientes, dentre eles, os indesejáveis acidentes. Outro inconveniente é o de colocar em risco a sua própria segurança e a das outras pessoas, o que pode ser um fator motivante para a violência no trânsito. 

Estudos apontam que muitas situações constrangedoras que ocorrem no trânsito como: brigas, discussões, irritação, além dos já citados acidentes de pequena monta, estão diretamente relacionadas com a falta do uso do pisca-pisca. Além de colocar em risco a integridade física, o condutor será autuado sob o código de infração nº 584-3 (deixar de indicar com antecedência, mediante gesto de braço, luz indicadora início de marcha, manobra de parar, mudança de direção e mudança de faixa). A multa para quem for flagrado não utilizando este dispositivo de sinalização é de R$ 127,00 e menos cincos pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), pois é considerada multa grave, de acordo com o Art. 196 do Código de Trânsito Brasileiro. 

Ao refletirmos sobre o assunto, nos confrontamos com a questão do comportamento humano no trânsito. Alguns sentimentos e condutas são facilmente identificáveis, como por exemplo: o egoísmo e o egocentrismo – explícitos no fato de não nos preocuparmos com o outro, quando estamos num espaço que é público e compartilhado como é o caso do trânsito. Tenho a impressão de que cada condutor prefere viver no seu "mundinho" em vez de entender e aceitar que se estamos usufruindo e compartilhando de um mesmo espaço e, sendo assim o  respeito torna-se fundamental. A questão de preocupar-se somente consigo e não com seus companheiros de espaço  merece atenção. Parece que o individualismo impera. Parece não. Impera sim! 

Estes comportamentos individualistas, egoístas e egocêntricos são frutos das nossas relações construídas num mundo capitalista e materialista, onde ainda impera a cultura do ter em detrimento da cultura do ser. Precisamos ter a clareza da necessidade de revermos nossos valores e conceitos em relação a muitas questões do dia a dia e, uma delas, é o trânsito. Companheirismo, respeito, tolerância, preocupação com o “outro”, postura ética, solidariedade e colaboração me parecem estar no topo da lista de valores que precisamos não só rever, como principalmente incorporar em nosso comportamento, que certamente deveria ser “um tanto” mais civilizado e humanizado. PENSE NISSO!



Autora: Karine Winter