EGOÍSMO, EGOCENTRISMO & TRÂNSITO.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012 Karine Winter




Nos últimos dias tenho me deparado com situações no trânsito, que têm me feito pensar e repensar um pouco mais sobre as nossas (inclusive as minhas obviamente) atitudes diárias.
De acordo com o site WIKIPEDIA  “Um sujeito egoísta é aquele que acredita que o mundo, inclusive as pessoas ao seu redor, foram criadas para ele e somente para ele.”
Diversas atitudes nossas de cada dia, me fazem ter a mais absoluta certeza de que somos seres extremamente egoístas e egocentristas, já que fantasiamos e imaginamos  que o mundo gira em torno de  nós mesmos e  tomamos o eu como referência para todas as relações e fatos.
O egocentrismo é próprio da infância e há controvérsia se o egoísmo é uma característica natural humana ou se é um hábito adquirido, como um vício moral da pessoa. A pessoa egocêntrica é também  egoísta, no sentido de que não consegue imaginar que não seja ela a prioridade no mundo em que vive. Com o crescimento a criança passa da fase egocêntrica - onde tudo gira em torno de si e para si -  para uma atitude social e interativa. Desta forma, o egoísmo seria a recusa da pessoa em deixar essa fase infantil,  lutando por manter viva a fantasia do egocentrismo.
Observo a cada dia mais, a dificuldade que temos em abandonar nossa fase infantil e egocêntrica, quando nos negamos a aceitar que o trânsito é um espaço social, coletivo e compartilhado.
Alguns agentes do trânsito – e hoje em especial,  me refiro aos condutores – expressam atitudes e comportamentos de quem ainda permanece na fase infantil do egocentrismo. Não percebem e não fazem questão de perceber, que precisamos abrir mão de atitudes individuais, egoístas e mesquinhas, em detrimento de uma convivência humanizada e harmoniosa nas vias públicas.  Dirigem como se fossem as únicas pessoas a circular pelas ruas. Mudam de faixa sem dar o sinal, esquecem que o pisca pisca não é apenas um enfeite do veículo, param bruscamente antes da faixa, quando deveriam reduzir com certa antecedência, param no meio da via para decidirem se entrarão ou não na próxima rua... e por aí vai. Tudo isso feito com a maior naturalidade, afinal de contas sentem-se seres-deuses circulantes.
Fico me questionando se  em casa, quando crianças, não foram educados por seus pais ou responsáveis, para dividirem seus brinquedos, seu lanche, suas brincadeiras e, inclusive seus sentimentos. 
Até quando iremos pautar nossas atitudes no egoísmo e egocentrismo?
Está mais do que na hora de revermos nossas posturas, afinal de contas quem nos dá o direito de vivermos como se fossemos únicos e absolutos neste mundo? 
Quando iremos perceber que a convivência em sociedade exige esforço (nada que seja sobrenatural) de cada um de nós, no sentido de compreendermos que respeitar o espaço do outro é respeitar nosso próprio espaço?
Conviver numa sociedade onde existe uma grande variedade de pessoas, grosseiras, amáveis, mal educadas, gentis, truculentas, respeitosas...  exige uma grande dose de auto controle para evitarmos conflitos. Mas esse é o ônus de convivermos com os pés sobre o mesmo chão. E, diga-se de passagem, este não é um esforço impossível, você não acha? PENSE NISSO!

Autoria de: Karine Winter